Desobedecer a linguagem

A leitura e a escrita procedem de certo tipo de desobediência da linguagem. Se a linguagem nao desobedecesse e se não fosse desobedecida não haveria filosofia, nem arte, nem amor, nem nada.

A linguagem tambiém pode ser uma forma de detenção, uma pausa que sirva para habitar tempos em parênteses, que nos vincule mais à intensidade do que à fatalidade do irremisivelmente cronológico.

Não se trata tanto de um ensino a propósito de como se deveria viver, mas de como colocar em jogo a trasmissão da experiência e do mundo de um tempo a outro tempo.

Educar e comover. Educar é doar. Educar é sentir e pensar, não apenas a própria identidade, mas, também, outras formas possiveis de viver e conviver. Se isso não acontecesse nas escolas, provavelmente o deserto, o ermo, a seca ocupariam toda a paissagem dos tempos por vir.